O que é uma Lesão por Pressão?
Uma lesão por pressão é definida pela NPIAP (National Pressure Injury Advisory Panel) como um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou outro artefato. Essa lesão pode se apresentar com pele íntegra ou como uma úlcera aberta, podendo ser dolorosa.
Em outras palavras, uma lesão por pressão surge quando uma parte do corpo fica pressionada contra uma superfície rígida por um período prolongado. Essa pressão constante pode cortar o fluxo sanguíneo e causar danos à pele e tecidos subjacentes. Alguns fatores de risco importantes incluem idade avançada, desnutrição, desidratação, imobilidade e certas condições de saúde, como diabetes e insuficiência cardíaca.
Classificação das Lesões por Pressão
As lesões por pressão são classificadas em 6 estágios, de acordo com a profundidade da lesão e os tecidos envolvidos:
Estágio 1
Pele íntegra com eritema (vermelhidão) que não embranquece. Neste estágio, não há perda de pele, mas a área afetada apresenta uma coloração vermelha que não desaparece quando pressionada.
Estágio 2
Perda da pele em sua espessura parcial, com exposição da derme. Neste estágio, há uma ferida aberta com aspecto rosado, com tecido de granulação e possível presença de bolhas.
Estágio 3
Perda da pele em sua espessura total. Neste estágio, a lesão atinge a camada subcutânea (hipoderme), podendo apresentar necrose e esfacelo (tecido desvitalizado).
Estágio 4
Perda da pele em sua espessura total e perda tissular. Neste estágio, a lesão expõe estruturas como músculos, tendões, ligamentos e até osso, podendo também apresentar necrose e esfacelo.
Lesão por Pressão Não Classificável
Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível. Neste caso, a lesão está recoberta por uma camada de necrose, impedindo a visualização dos tecidos subjacentes.
Lesão por Pressão Tissular Profunda
Descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece. Neste estágio, há dano nos tecidos moles subjacentes, podendo evoluir para uma úlcera aberta.
Tratamento das Lesões por Pressão
Estágio 1
Neste estágio, não há ferida aberta, mas é importante hidratar a pele e utilizar coberturas que aliviem a pressão, como espumas de poliuretano ou coberturas específicas para regiões como o calcanhar e a região sacral.
Estágio 2
Além das medidas de alívio de pressão, pode-se utilizar coberturas não aderentes, hidrogéis ou até mesmo hidrocoloides, desde que não macere a lesão.
Estágio 3 e 4
Nestes estágios mais profundos, é indicado o uso de coberturas absorventes, como fibras de celulose (hidrofibras) ou alginatos de cálcio, que auxiliam na absorção do exsudato e no desbridamento do tecido necrótico. Esses curativos também podem ser impregnados com prata, para o tratamento da infecção.
Lesão Não Classificável e Tissular Profunda
Nestes casos, é necessário realizar o desbridamento da lesão para remover o tecido necrótico e, então, classificá-la adequadamente. Após o desbridamento, o tratamento segue as recomendações dos estágios 3 ou 4.
Prevenção e Cuidados Essenciais
Além do tratamento adequado das lesões, a prevenção é fundamental para evitar o desenvolvimento e a progressão das lesões por pressão. Alguns cuidados importantes incluem:
- Mudança frequente de decúbito (posição) do paciente
- Hidratação adequada da pele
- Controle de fatores de risco, como desnutrição e doenças crônicas
- Utilização de superfícies de apoio que aliviem a pressão, como colchões e almofadas especiais
- Inspeção regular da pele para identificar precocemente sinais de lesão
O manejo eficaz das lesões por pressão requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo a equipe de enfermagem, médicos, nutricionistas e fisioterapeutas. Com o conhecimento adequado e a adoção de práticas baseadas em evidências, é possível prevenir e tratar essas lesões de forma eficiente, minimizando complicações e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.